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Previdência para curto ou longo prazo: qual é a melhor estratégia para você?


Confira a entrevista de Luiz Fernando Araújo, CEO da Finacap Investimentos, por Fernanda Bottoni para o portal Inteligência Financeira.


Para que serve a previdência privada?

A previdência privada foi criada para incentivar alternativas de complementação para os benefícios da previdência social.

Muitas vezes o valor da previdência social não é suficiente para manter o padrão de renda de uma pessoa na aposentadoria, então os planos de previdência privada podem garantir outra renda mensal, que pode ser vitalícia ou por período determinado.

Previdência privada é investimento?

Sim. Uma outra forma de olhar a previdência é como uma conta de investimento.

Enquanto estão investidos no plano de previdência, a movimentação desses recursos é isenta de tributação. Esse é um dos principais benefícios dessa forma de fazer poupança de longo prazo.

Além disso, em caso de falecimento do titular, o saldo investido no plano é transferido diretamente para os beneficiários indicados, sem necessidade de inventário, o que facilita bastante o processo de sucessão.

E tem mais uma coisa. Hoje em dia, com apoio de uma assessoria de investimento, você monta carteiras diversificadas e aderentes aos seus objetivos. Você pode usar apenas um plano de previdência, que é composto por vários fundos de investimento e estratégias diferentes por classe de ativos.

Quais são os principais tipos de previdência para curto e longo prazos?

Qual é diferença entre PGBL e VGBL?

A principal diferença entre os dois é o tratamento tributário. Assim, no PGBL, existe o benefício fiscal, em que o valor das contribuições é dedutível na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda (IR) da pessoa física, está em 12% da sua renda bruta anual e o imposto incide sobre o valor total (valor aplicado + rendimentos) a ser resgatado.

Porem, no VGBL, não há benefício fiscal e o imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos.

Então o PGBL é melhor que o VGBL?

Não necessariamente. Isso porque o PGBL é muito interessante para indivíduos que sofrem tributação da renda na fonte. Precisamos lembrar que a renda de trabalho é tributada a uma alíquota de 27%. No PGBL, essa renda só será tributada nos futuros resgates a uma alíquota de 10%.

Por outro lado, no VGBL não há deduções, mas o imposto de renda no futuro incide apenas sobre o lucro obtido nas aplicações. A principal vantagem, neste caso, está em diferir a tributação para o futuro e numa alíquota de 10%, que é mais baixa que a alíquota da maior parte dos investimentos financeiros.

Para quem é mais jovem, qual é o melhor tipo de previdência?

Quanto mais jovem, maior o benefício proporcionado pelos planos, porque uma das principais vantagens da previdência é permitir o adiamento do pagamento do imposto de renda.

Assim, os mais jovens podem manter por mais tempo sua poupança sendo capitalizada sem tributação. E isso tem efeito exponencial no valor acumulado futuro.

Além disso, os mais jovens, por terem objetivos de investimento mais distantes no tempo, têm a capacidade de ter maior exposição a classes de ativos mais voláteis, como a renda variável, por exemplo, que historicamente apresenta as melhores opções de investimentos em períodos longos.

Dessa forma, um investidor jovem pode ter no seu plano de previdência um percentual alto em fundos de ações e menor em fundos de renda fixa, que são menos voláteis no curto prazo e mais indicadas para indivíduos que precisam fazer resgates em menos tempo.

Qual é o momento ideal para começar a pensar em previdência?

O momento ideal é no início da atividade profissional, quando você começa a ter renda disponível e um longo horizonte de tempo.

Portanto, o melhor seria que os pais criassem uma previdência logo no nascimento dos filhos. Eles podem utilizar esses planos, por exemplo, para acumular recursos necessários para o pagamento de uma universidade, já que esse montante representa um gasto expressivo para uma família de classe média.

Existem alternativas de previdência para curto ou longo prazo?

Então, a previdência é um modelo de poupança de longo prazo com o intuito de manutenção da renda do indivíduo no período da aposentadoria. Dessa forma, quanto maior o prazo de acumulação, menor a alíquota de imposto.

Assim, é possível, no entanto, que pessoas que estejam próximos da aposentaria possam constituir planos de previdência com perfil conservador para a carteira de investimento com ativos de baixa volatilidade e que tenham como principal objetivo a geração de renda para os anos previstos na expectativa de vida do investidor.

Então quem já tem mais idade (50, por exemplo) ainda pode investir em previdência?

Sim, porém, para quem está na casa dos 50 ou 60 anos, o objetivo muda de acumulação patrimonial para consumo do patrimônio com distribuição de renda. Além disso, os planos, como falamos anteriormente, são excelentes veículos para transferência de patrimônio para os herdeiros.



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